Publicado em sexta-feira, 24 de Novembro de 2017 às 08:23:52 por Loreno Siega 1743

A deputada federal Carmen Zanotto (PPS-SC) anunciou, nesta quinta-feira (23), que apresentará projeto de lei determinando que aviões do tráfico de drogas e da corrupção que forem confiscados pela Justiça sejam utilizados no transporte de órgãos para transplantes.
O anúncio foi feito em seminário na Câmara dos Deputados que debateu falhas e avanços do “Sistema Nacional de Transplantes” com especialistas, representantes do Ministério da Saúde e entidades de apoio aos transplantados.
“Precisamos garantir a captação e o traslado de órgãos sejam feitos em menor tempo possível. Isso é vital para que o transplante seja realizado com sucesso. O Brasil é um país continental e muitas vezes o órgão tem de ser transportado de uma região para outra. O governo já disponibilizou uma aeronave da FAB, mas ainda não é suficiente. Daí a nossa ideia de apresentarmos esse projeto para que esses aviões sejam colocadas à disposição dessa causa tão nobre”,argumentou Zanotto.
De acordo com Ronaldo Honorato, assistente da coordenação de equipe de Transplante Cardíaco dos Adultos do Incor (Instituto do Coração), a aquisição dos jatinhos é “o sonho de consumo” dos médicos que atuam na área de transplante. Segundo ele, para que uma operação dessa natureza seja realizada com sucesso, é preciso que captação do órgão se dê em menor tempo possível. “A captação, o transporte e a operação têm de ser feitos em, no máximo, quatro horas. Se isso não acontecer, é pura frustração”, contou.
Transplantados
O debate do seminário também girou em torno da falta de imunossupressores na rede de saúde pública. Esses medicamentos usados para evitar a rejeição do órgão transplantado. O sistema imunológico reconhece, defende e protege o organismo contra infecções, e rejeita tudo o que é estranho.
“Esses medicamentos são vitais para os transplantados. Por isso, achamos que a logística de distribuição desses remédios tem de ser aprimorada pelo Ministério da Saúde. É preciso que tudo seja feito com mais eficiência para que os imunossupressores sejam distribuídos em todas as regiões”, defendeu Carmen Zanotto.
Foto: Róbson Gonçalves